MAPeamos tudo sobre este sensor
A pressão do ar dentro do coletor de admissão é um parâmetro utilizado pela Unidade de Comando do Motor (UCE ou ECU) para calcular a massa (quantidade) de ar que está sendo admitida pelo motor. O sinal enviado pelo Sensor de Pressão Absoluta do Coletor de Admissão – MAP (Manifold Absolute Pressure), indica a pressão absoluta medida na parte interna do coletor de admissão, ou seja, ele é um sensor que mede pressão. A UCE cruza os valores de pressão encontrados dentro do coletor de admissão com a leitura de outros sensores (como por exemplo o sensor de rotação do motor – CKP) para determinar a massa de ar que está entrando no motor naquele momento, e com essa informação o computador decide a quantidade de combustível a ser injetada, assim como o ponto de ignição.
Acompanhe o texto e saiba tudo sobre o funcionamento do MAP, aprenda como testá-lo, conheça as dúvidas frequentes e evite diagnósticos errados.
Neste post você vai ver:
- Onde fica o Sensor MAP?
- Qual a função do Sensor MAP??
- Tipos de Sensores
- Quais defeitos podem interferir no sinal enviado pelo Sensor MAP?
- Quais são os sintomas comuns relacionados à leitura do Sensor MAP?
- O que todo mecânico deve saber para testar o sensor MAP
- Códigos de falha que podem estar relacionados ao sensor MAP
Onde fica o Sensor MAP?
Existem algumas configurações de instalação do sensor MAP, todas elas no cofre do motor, para que a pressão absoluta dentro do coletor de admissão possa ser lida pelo sensor. As configurações mais comumente encontradas são:
- Instalado no coletor de admissão;
- Instalado no cofre do motor, e conectado ao coletor de admissão através de uma mangueira;
- Conectado ao corpo de borboleta.
Qual a função do Sensor MAP?
Assim como todo sensor, o Sensor MAP converte uma determinada grandeza (pressão absoluta no coletor) em sinais de natureza elétrica para que sejam interpretados pelo sistema de injeção eletrônica. O sinal enviado pelo Sensor de Pressão Absoluta do Coletor de Admissão – MAP à UCE é considerado um dos mais importantes para o correto funcionamento do sistema de injeção eletrônica de combustível.
O Sensor MAP é o responsável por informar o valor da pressão absoluta no coletor de admissão, pressão essa que varia de acordo com a rotação do motor e com a posição da borboleta de aceleração. Assim, os sinais do sensor MAP, junto com os sinais de rotação do motor, posição da borboleta e demais sensores do sistema, dão a UCE as informações necessárias para que seja calculada a massa de ar que está entrando no motor, e assim dosar a quantidade de combustível necessária, bem como controlar o ponto de ignição, para obter a combustão mais eficiente possível.
Temos conteúdos gratuitos sobre os sensores de rotação do motor do tipo indutivo e do tipo hall e também do sensor de posição da borboleta. Acesse os links e fique por dentro!
Motores aspirados x Motores turboalimentados
Assim, os padrões de valores de pressão absoluta do coletor de admissão variam de acordo com o tipo de motor. Nos motores aspirados, a pressão nunca será maior que a pressão atmosférica (pressão atmosférica: aproximadamente 1 bar ou 750 mmHg), pelo contrário, os valores serão sempre iguais ou menores pois a entrada de ar no motor é feita de forma natural. Os valores menores que 1 bar se dão pela depressão no coletor de admissão causada pelo movimento de descida do pistão na fase de admissão em conjunto com a restrição na entrada de ar causada pela borboleta de aceleração.
Contudo, nos motores com turboalimentação, pode-se ter valores positivos de pressão (acima da pressão atmosférica) por conta da atuação da turbina na entrada de ar da admissão.
Altitude local
Além disso, vale ressaltar que a pressão atmosférica tem valores diferentes de acordo com a altitude local. Assim, em regiões de altitudes elevadas o valor da pressão atmosférica é menor que em regiões mais próximas do nível do mar. Se formos pensar na complexidade do funcionamento de um motor a combustão interna, essa variação na pressão atmosférica local poderia ocasionar um mau funcionamento do motor, por isso, o sensor MAP consegue efetuar medidas dessas pequenas variações.
Na Plataforma Doutor-IE, no Manual de Injeção Eletrônica – Testes e Localizações de Componentes, um item de atenção foi adicionado aos testes do MAP para alertar os assinantes sobre este fato:
Tipos de Sensores
Existem variações referentes ao aspecto construtivo desse sensor. Assim, dependendo do veículo que você estiver mexendo, pode-se encontrar um Sensor MAP do tipo analógico ou digital. Iremos falar um pouco mais sobre os tipos de Sensor MAP.
Sensor Analógico
No ramo automotivo, a principal característica de um sensor analógico é quanto ao tipo de sinal emitido. Logo, quando falamos de sinais analógicos, os sinais emitidos por esse tipo de sensor são lidos pela UCE na forma de tensão elétrica (Volts).
Assim, o Sensor MAP Analógico é construído com um material piezoresistivo, assim, o valor da sua resistência varia de acordo com o esforço (pressão) sobre ele.
Este material piezoresistivo é instalado numa membrana e esta membrana separa em duas partes o interior do sensor: uma parte contendo vácuo absoluto, chamada de câmara aneroide, e outra parte em contato direto com o interior do coletor de admissão.
Logo, com a mudança na forma da membrana quando há uma variação de pressão e, consequentemente, no valor da resistência do material piezoresistivo, de acordo com a equação da Lei de Ohm
V=R*I,
onde V=Tensão, R=Resistência e I=Corrente, o valor da tensão varia proporcionalmente e é interpretado pela UCE como o valor da pressão absoluta no coletor de admissão.
Geralmente a UCE alimenta o sensor com uma tensão de referência de aproximadamente 5 volts de corrente contínua e o valor do sinal emitido varia entre aproximadamente 0 e 5 volts de acordo com a pressão no coletor.
Iremos mostrar como testar os tipos de sensores e disponibilizar um material exclusivo para assinantes ainda neste post, não perca!
Sensor Digital
Assim sendo, o princípio de funcionamento do Sensor MAP Digital é semelhante ao Analógico. A variação de pressão do coletor de admissão é lida pelo sensor e enviada para a UCE. A diferença se dá na construção do sensor.
Sendo assim, o sensor Digital consiste em duas placas metálicas, geralmente de alumínio, separadas por um material isolante e entre as placas também existe uma câmara aneroide (vácuo absoluto).
Chamado de cápsula capacitiva, por possuir as características elétricas de um capacitor, quando submetido a variação de pressão do coletor de admissão, esse sistema emite um sinal pulsado onde a frequência do sinal é proporcional à pressão do coletor de admissão.
Outras Variações
Porém, o Sensor MAP também pode vir conjugado com o Sensor de Temperatura do Ar de Admissão – ACT e as leituras da pressão do coletor e a temperatura do ar de admissão são enviadas à UCE pelo mesmo componente.
Geralmente, neste tipo de sensor conjugado, o MAP é do tipo analógico e o ACT é constituído de um resistor NTC cuja característica baseia-se na variação no valor da sua resistência em função da temperatura do ar de admissão. Assim, quanto maior a temperatura menor será o valor da resistência e vice e versa.
Quais defeitos podem interferir no sinal enviado pelo Sensor MAP?
Assim, alguns defeitos podem interferir significativamente na pressão absoluta do coletor de admissão, que será lida pelo sensor MAP, gerando problemas de funcionamento do motor. Como por exemplo:
- Entradas falsas de ar
- Erro no sincronismo do motor
- Catalisador entupido
- Válvula EGR defeituosa
Além disso, existem falhas que são diretamente relacionadas ao sensor MAP e também podem ocasionar problemas de funcionamento do motor, como:
- Aplicação de sensor incorreta
- Sensor desgastado ou com sujeiras
- Soldas mal feitas no chicote elétrico do sensor
- Chicote elétrico com rompimento ou oxidações
Quais são os sintomas comuns relacionados à leitura do sensor MAP?
Contudo, sempre que houver falha relacionada à leitura do sensor MAP como variações anormais na pressão absoluta do coletor de admissão, problemas no circuito do sensor (alimentação ,chicote, etc.) ou defeito no próprio sensor, alguns sintomas comuns podem ser encontrados no veículo. Os sintomas a seguir estão diretamente relacionados com o fato de que quando há falha relacionada à leitura do MAP, a UCE não recebe os parâmetros corretos em relação a quantidade de ar admitida pelo motor.
- Aumento na emissão de poluentes
- Consumo excessivo de combustível
- Perda de potência no motor
- Problemas de aceleração
- Velas de ignição sujas
O que todo mecânico deve saber para testar o sensor MAP
Analogamente, iremos comentar sobre os testes realizados para avaliar as condições do sensor de acordo com cada tipo construtivo. Logo, iniciaremos com o teste do sensor analógico.
Sensor analógico
Para ilustrar melhor, estamos disponibilizando um conteúdo exclusivo para assinantes da Plataforma Doutor-IE referente aos testes do Sensor MAP do Chevrolet Agile 1.4 Econo.Flex (Multec) – ano 2014.
Teste do Sensor Map Analógico
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Acesse o link acima e faça o download do material!
Teste do sensor digital
Complementarmente, daremos algumas dicas de como testar o sensor MAP digital. Encontra-se este tipo de sensor em alguns veículos com sistema de injeção eletrônica EEC-IV da Ford, por exemplo.
Como citado anteriormente, o sinal do sensor digital é emitido em forma de frequência (hertz). Sendo assim, o teste do sinal do sensor pode ser feito utilizando um multímetro, previamente configurado para leituras de frequência e na escala correta, com o auxílio de uma bomba de vácuo. No exemplo abaixo, configura-se o multímetro na escala de 320 Hz para efetuar uma leitura de 150 Hz.
O teste com o auxílio de um osciloscópio, para medir e interpretar o sinal do teste deste tipo de sensor também pode ser feito. Além dos valores referentes ao sinal, você também terá a forma de onda disponível na tela do osciloscópio.
Você sabe a importância de ter um osciloscópio na sua oficina? Temos um post exclusivo sobre o assunto, acesse o link e fique por dentro!
Os testes de alimentação do sensor digital seguem os mesmos padrões de sensores analógicos, basta configurar o multímetro para efetuar leituras de tensão elétrica (V). Lembrando sempre da importância de utilizar a escala de tensão correta para não efetuar diagnósticos equivocados.
Teste do sensor integrado (MAP/ACT)
Logo, sendo composto por dois sensores que efetuam leituras de dois parâmetros totalmente diferentes, é necessário ter cuidado no momento da interpretação dos sinais emitidos pelos sensores.
Por isso ressaltamos a importância de ter em mãos materiais técnicos de confiança na hora de realizar seus diagnósticos. A Plataforma Doutor-IE reúne milhares de manuais técnicos altamente confiáveis e assertivos que auxiliam os assinantes a realizar reparos ágeis e eficientes nos veículos que chegam às suas oficinas.
Como exemplo, trouxemos o esquema de ligação e os valores de referência para os testes dos sinais do Sensor de Pressão Absoluta e Temperatura do Ar de Admissão – MAP/ACT do Volkswagen Gol Geração IV 1.0 8V TotalFlex (ME 7.5.30) – ano 2014.
Códigos de falha que podem estar relacionados ao sensor MAP
Dessa forma, quando a UCE identifica um comportamento irregular através do sinal enviado pelo sensor, códigos de falha são gravados em sua memória. A seguir, separamos os códigos de falha OBD genéricos que podem estar relacionados com o sensor MAP:
- P0068: Falta de Correlação Entre o Sinal do Sensor de Pressão Absoluta do Ar (MAP) / Sensor de Massa do Ar (MAF) com o Sinal da Posição da Borboleta (TPS).
- P0069: Falta de Correlação Entre os Sinais do Sensor de Pressão Absoluta do Ar (MAP) e do Sensor de Pressão Barométrica (BARO).
- P006A: Falta de Correlação Entre o Sinal do Sensor de Pressão Absoluta do Ar (MAP) com o Sinal do Sensor de Massa do Ar (MAF) ou de Volume do Ar (VAF) – Banco 1.
- P006B: Falta de Correlação Entre os Sinais do Sensor de Pressão Absoluta do Ar (MAP) e do Sensor de Pressão nos Gases de Escape.
- P006C: Falta de Correlação Entre os Sinais do Sensor de Pressão Absoluta do Ar (MAP) e do Sensor da Pressão de Entrada no Compressor do Turbo.
- P00B8: Falta de Correlação Entre o Sinal do Sensor de Pressão Absoluta do Ar (MAP) e do Sensor de Massa do Ar (MAF) ou de Volume do Ar (VAF) – Banco 2.
P023D: Falta de Correlação Entre os Sinais do Sensor de Pressão Absoluta do Ar (MAP) e do Sensor “A” da Pressão de Sobrealimentação do Turbo.
- P023E: Falta de Correlação Entre os Sinais do Sensor de Pressão Absoluta do Ar (MAP) e do Sensor “B” da Pressão de Sobrealimentação do Turbo.
- P2073: Falta de Correlação Entre o Sinal do Sensor de Pressão Absoluta do Ar (MAP) / Sensor de Massa do Ar (MAF) com o Sinal da Posição da Borboleta (TPS) – Com o Motor em Marcha Lenta.
- P2074: Falta de Correlação Entre o Sinal do Sensor de Pressão Absoluta do Ar (MAP) / Sensor de Massa do Ar (MAF) com o Sinal da Posição da Borboleta (TPS) – Com o Motor em Rotação Elevada.
- P0105: Falha no Circuito Elétrico do Sensor de Pressão do Ar na Admissão (MAP) ou do Sensor de Pressão Barométrica (BARO).
- P0106: Falha no Circuito Elétrico do Sensor de Pressão do Ar na Admissão (MAP) ou do Sensor de Pressão Barométrica (BARO).
- P0107: Falha no Circuito Elétrico do Sensor de Pressão do Ar na Admissão (MAP) ou do Sensor de Pressão Barométrica (BARO).
- P0108: Falha no Circuito Elétrico do Sensor de Pressão do Ar na Admissão (MAP) ou do Sensor de Pressão Barométrica (BARO).
- P0109: Falha no Circuito Elétrico do Sensor de Pressão do Ar na Admissão (MAP) ou do Sensor de Pressão Barométrica (BARO).
- P2A0A: Falha no Circuito Elétrico do Sensor “B” de Pressão do Ar na Admissão (MAP).
- P2A0B: Falha no Circuito Elétrico do Sensor “B” de Pressão do Ar na Admissão (MAP).
- P2A0C: Falha no Circuito Elétrico do Sensor “B” de Pressão do Ar na Admissão (MAP).
- P2A0D: Falha no Circuito Elétrico do Sensor “B” de Pressão do Ar na Admissão (MAP).
- P2A0E: Falha no Circuito Elétrico do Sensor “B” de Pressão do Ar na Admissão (MAP).
Para entender mais sobre os códigos de falhas, temos um conteúdo exclusivo.